Ainda tenho guardado
o lençol que cobriu nossos corpos
naquela noite...
E sempre que a saudade
invade este coração irreverente
e sem juízo,
envolvo-me na maciez de sua seda
e recordo...
Teu carinho, mais do que carinho,
um pedido.
Teus beijos, mais do que beijos,
uma súplica.
E atendi ao pedido,
cedi às súplicas
e me entreguei!
E fui amada!
-- como nunca o tinha sido antes...
Entreguei-me
e te entregaste.
Dei-me por inteira
e por inteiro te recebi.
O fogo que consumia nossos corpos,
e entorpecia a mente
deixava sobre a pele
o calor abrasante de um dia de verão.
Não eram apenas trocas de carícias;
eram segredos que iam sendo desvendados:
meus e teus...
Não eram apenas corpos se dando,
eram duas almas em perfeita sintonia.
Era o reencontro tão esperado!
Mas ainda não era chegada a hora,
a nossa hora.
E assim, cada um seguiu seu caminho.
O teu, não sei até onde te levou.
O meu, me trouxe aqui,
neste ponto da vida sem sentido,
porque o único sentido da vida,
para mim, só tem um nome
que calo dentro do peito
para que ninguém perceba,
para que ninguém descubra
que és tu, ainda,
a razão de minha existência.
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